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sábado, 11 de abril de 2009

4 - Código do altruísmo - capacidade de se colocar no lugar dos outros

Cury diz-nos que o "altruísmo é o reflexo da nossa humanidade, pois quanto mais altruístas somos, mais humanos seremos".

O altruísmo é o contrário do egoísmo e do individualismo. Com estes expressamos a nossa natureza animalesca ou instintiva, e seremos agentes da exclusão e da agressividade. Com aquele (com o altruísmo) expressaremos a grandeza da alma, e seremos agentes da bondade, compaixão, generosidade e desprendimento. Seremos solidários com quem falha e estimularemos o outro incluindo-o.

A decifração deste código levará uma pessoa a ser um ser humano sem fronteiras. Desenvolverá a paixão pela Humanidade, aprendendo que primeiro somos seres humanos, e só depois somos Portugueses, Brasileiros, Chineses ou Americanos, ou qualquer outra classificação de grupo.

Cury diz que quem decifra este código passa a ver para além das aparências exteriores dos outros, passa a ver as suas necessidades e conflitos, passa a querer compreender o que lhes vai na alma.

Os altruístas não exploram nem se aproveitam dos outros, antes partilham com eles. Que o altruísta nutre um sentimento de gratidão para com os outros: para com os empregados que o servem, para com os colegas de trabalho que com ele colaboram, para com os professores que o ensinaram, e para com os pais que o educaram e sustentaram.

Os altruístas não são ingénuos. Doam-se aos outros porque aprenderam a reconhecer e a agradecer aos que se doaram por eles.

O altruísta não vive em função de si mesmo antes procura fazer os outros felizes cultivando o bem estar à sua volta.


A falta de altruísmo nas escolas

Cury fala dos problemas de agressividade entre jovens nas escolas. E diz que isso é apenas a ponta do icebergue de um problema maior de muito e muitos alunos que não desenvolveram o altruísmo, a capacidade de se doarem aos outros, a capacidade de se colocarem no lugar dos outros.
E que na base de tudo estão pais e professores que também não desenvolveram adequadamente essas capacidades de gratidão e generosidade.

Diz ainda que para nos colocarmos no lugar do outro temos que fazer uma interpretação do outro. E isso levanta vários problemas, porque as interpretações são imagens que podem estar mais ou menos ajustadas à realidade daquilo que o outro é e sente.

Que interpretar gera frequentemente grandes distorções, e que é precisamente o código do altruísmo, associado ao código da autocrítica e da gestão psíquica do eu, que pode minimizar essas distorções de interpretação.

As consequências da falta do altruísmo na História

Cury aponta as consequências trágicas do egoísmo, individualismo e egocentrismo, quando estes se desenvolveram no passado, dando como exemplo a II Guerra Mundial, Hitler e a opressão dos campos de concentração.

Segundo ele só a educação altruísta pode lutar contra a manifestação do instinto humano no tecido social.


O ensino do altruísmo

Mas não se julgue esta uma tarefa fácil. Pois é mais fácil educar o intelecto para aprender a ler do que para educar a emoção para aprender a doar-se.

O altruísmo ensina-se pelo exemplo. No ensino do altruísmo a eloquência do silêncio é mais eficaz do que as palavras.

O individualismo é uma fonte de transtorno psíquico, a solidariedade é fonte de saúde emocional.


O SPA

O excesso de actividades e estímulos leva ao SPA e ao Síndrome da Exteriorização Existencial, em que o ser humano deixa de conseguir reflectir, repensar e reorganizar-se adequadamente para descobrir o sentido da existência.
Para decifrar o código do altruísmo temos que reduzir a ansiedade e isso não se coaduna com uma mente agitada e inquieta.


A insensibilidade e hipersensibilidade

Estas são duas armadilhas para a mente humana: a insensibilidade e a hipersensibilidade. Podem bloquear o código do altruísmo e o código do eu como gestor psíquico. Pode também comprometer o código da resiliência.

Um anti-altruísta sofre de insensibilidade. E um hiper-altruísta sofre de hipersensibilidade. Se o primeiro fere os outros, o segundo fere-se a si mesmo para não magoar os outros.

Os hipersensiveis são excelentes seres humanos mas estão mais sujeitos a depressões e a outros transtornos emocionais.

Cury diz que devemos educar a sensibilidade, e que para isso devemos procurar conhecer a história das pessoas que amamos, aprendendo com as experiências mais importantes dos nossos pais e professores.

Exercícios propostos para decifrar o código do altruísmo:
  1. descobrir o prazer de se doar rompendo com o individualismo
  2. participar em actividades sociais de preservação da vida e do meio ambiente
  3. ensinar os mais jovens a ser apaixonados pela Humanidade, e a compreender que existe um tesouro dentro de cada ser humano
  4. prevenir a hipersensibilidade, não vivendo a dor dos outros, nem superprotegendo-os
  5. praticar a oração dos sábios: o silêncio


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terça-feira, 10 de março de 2009

Augusto Cury - o Vendedor de Sonhos

Alguém já veio ter com vocês e lhes vendeu sonhos?

sábado, 28 de fevereiro de 2009

3 - Código da psicoadaptação - capacidade de sobreviver às intempéries da existência

Icon O Código da Inteligência de Augusto CuryCury diz-nos que o código da psicoadaptação reflecte a capacidade de suportar a dor, de ultrapassar obstáculos, de gerir conflitos e adaptar-se a mudanças psicossociais. Diz que é o fenómeno de psicoadaptação que gera o código da resiliência.

O grau de resiliência de um ser humano depende pois de ser capaz de superar, de se adaptar, perante as adversidades que surgem no caminho na sua vida.

Um baixo grau de resiliência em que uma pessoa suporta de forma deficiente as crises e os acontecimentos adversos, pode levá-la a sofrer de depressão, de pânico, ansiedade, de sintomas psicossomáticos e mesmo levar ao suicídio imaginário, físico ou psíquico, em que a pessoa auto-abandona-se, e passa a refugiar-se no alcoolismo, nas drogas e em comportamentos auto-destrutivos.

Este código, o da resiliência, está fortemente ligado ao código de gestão do intelecto, em especial à gestão de pensamentos mórbidos, à construção de janelas paralelas e à reedição do inconsciente.
Lembra novamente que é fundamental um choque de gestão do intelecto para suportar crises e tensões.

A aprendizagem

A adaptabilidade e capacidade de superação de crises depende mais da aprendizagem do que da carga genética. Os factores genéticos de propensão à hiperactividade, ansiedade e irritabilidade dificultam as capacidades de psicoadaptação mas este código deve ser decifrado pela aprendizagem.

Alguém que sofre de SPA tem também mais dificuldades de superar adversidades.

Apesar das dificuldades de superação em relação a outras pessoas, estes indivíduos, ao decifrar os códigos da inteligência, podem desenvolver grandes competências resilientes.

Aponta aqui o problema do sistema educacional que é falho em fomentar a construção destas competências.

O sentimento de culpa nas adversidades e perdas

Refere que o sentimento de culpa em excesso gera hipersensibilidade. Que esta causa transtornos, entre eles a escassez de protecção emocional. E que as perdas podem causar grandes impactos.

Sem o fenómeno da psicoadaptação "um adulto não sobreviveria aos vexames, humilhações sociais, perdas de emprego e crises financeiras que lhe vão acontecendo ao longo da vida."

"A dor, as derrotas e as lágrimas devem ser sempre evitadas, mas ninguém vive continuamente sob um céu sem nuvens. Como as turbulências são inevitáveis, inclusive em dias de céu limpo, deveríamos usá-las para expandir a nossa maturidade resiliente."

Como? Aprendendo:
1 - a ser digno de subir ao pódio usando os fracassos para lá chegar
2 - a ser digno da maturidade usando as incoerência para a atingir
3 - a ser digno da saúde psíquica usando as crises, problemas, depressões para a destilar
4 - a ser digno do sucesso ao não desprezar as derrotas e acidentes de percurso
5 - que a pior forma de lidar com as adversidades é virar-lhes as costas
6 - que é necessário fazer a "mesa redonda do eu", para delinear estratégias de superação
7 - que uma pessoa que não desiste dos seus sonhos pode usar o caos como oportunidade criativa.

Cury fala da sua própria experiência para lembrar que a vida é cíclica. Que vales e montanhas se sucedem.

"A vida é uma grande aventura em que as noites e os dias se alternam."

O bom e o mau

A vida tem o bom e o mau, o drama e o lirico.

"Viver é conquistar, ter experiências, cultura, amigos, um grande amor; viver também é perder, reduzir a destreza muscular, o reconhecimento social, a vitalidade social. Viver é ficar encantado com os outros e ter expectativas correspondidas; viver também significa desencantar-se e ter expectativas defraudadas."

"Quem decifra o código da resiliência vai construindo, apesar de não ter consciência, ao longo da sua vida centenas de janelas light no seu inconsciente, que darão sustentabilidade à sua lucidez, ânimo, sensibilidade, sabedoria e tranquilidade. Ainda que se perca a vitalidade física, preservar-se-á a psíquica; ainda que os aplausos cessem, a vida continuará a ser um espectáculo no anonimato."

Os sonhos e o treino

Cury diz que é importante considerar dois ingredientes fundamentais do psiquismo: o treino(disciplina) e os sonhos. Mas que os sonhos sem treino produzem pessoas frustradas e conformistas, e que treino sem sonhos produz pessoas sem objectivos, vitimas e servas do sistema social.

Exercícios propostos para decifrar o código da resiliência:
1 - Ter consciência de que a vida é cíclica
2 - Treinar-se diariamente a enfrentar obstáculos e crises com flexibilidade
3 - Usar as decepções e adversidades para nos reconstruir e não para nos destruir
4 - Ter consciência de que para ser digno de saúde psíquica é necessário usar as próprias crises para a destilar
5 - Aprender a escrever nos dias mais dramáticos da nossa existência os capítulos mais importantes da nossa história.




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sábado, 31 de janeiro de 2009

2 - Código da autocrítica - pensar nas consequências dos comportamentos

Icon O Código da Inteligência de Augusto CuryO código da autocrítica segundo Cury tem a ver com a auto-avaliação, com a capacidade de ponderarmos os nossos actos, avaliar os nossos comportamentos, e ajustá-los e corrigi-los.

É pensar antes e depois. Pensar antes de reagir e pensar nos resultados dos nossos actos.

Cury diz que os nossos comportamentos são como sementes. Pequenas e frágeis mas que podem rapidamente se disseminar, no imediato ou num futuro mais distante.

Aconselha a nos lembrarmos que:
  1. gastar demasiado pode trazer angustias futuras
  2. o sucesso é efémero
  3. trabalhar com conta e medida, pois a saúde não dura sempre
  4. levar os estudos a sério
  5. o amor não dura para sempre, é preciso cultivá-lo

A espontaneidade, o respeito, o amor e a admiração

As nossas expressões expontâneas influenciam muito mais os outros do que o que dizemos de forma elaborada e pensada. Isto, segundo ele, tem a ver com o registo "fotográfico" da mente humana - pelo fenómeno RAM - Registo Automático da Memória. Este fenómeno capta as reacções expontâneas e regista as que têm mais peso emocional.

As pessoas respeitam-nos mais pela imagem que construímos nelas do que pelas palavras que proferimos. Esta imagem psíquica vai determinar o grau de admiração, que por sua vez, determina o impacto dos nossos actos.

Cury diz que precisamos de uma estratégia para provocar o fenómeno RAM, pois não é fácil refazer as imagens plantadas no inconsciente, mas é possível.

Para isso é preciso reciclar velhos comportamentos e lembrarmo-nos que não se pode pedir a ninguém para nos amar ou admirar, ou respeitar.

Diz que para decifrar o código da autocrítica é necessário procurar decifrar o código do amor e da admiração:
  1. elogiar antes de criticar
  2. ter reacções generosas e surpreendentes
  3. falar menos e agir mais
  4. humanizar-se, abrir-se aos outros, expor as nossas falhas e fraquezas
  5. Descobrir as pessoas que amamos, os seus gostos, interesses, preocupações
  6. deixar de querer ser perfeito

Antes de criticar os outros temos que pensar no impacto que os nossos actos vão ter na sua mente, ou seja temos que fazer a nossa própria critica.


Medos saudáveis

Os medos que são fruto de pensarmos nas consequências dos nossos comportamentos são medos saudáveis e imprescindíveis, pois podem levar a reflexões, a mudanças no nosso estilo de vida. Mas não podemos deixar que esses medos se tornem intensos, que bloqueiem a liberdade de viver pensar e agir.


Pensar antes de reagir

Pensar antes de reagir é fundamental, pois nos segundos que se seguem a um foco de tensão somos controlados por zonas de conflito que bloqueiam milhares de janelas light, impedindo o acesso a informações que nos forneceriam serenidade, coerência intelectual e raciocínio critico.

Cury diz que muitas vezes pensamos antes de reagir com estranhos, no dia a dia da nossa vida profissional por exemplo, mas frequentemente não o fazemos com as pessoas que amamos, no seio da nossa família.

Por isso diz que se deve praticar a oração dos sábios: o silêncio durante os focos de tensão.

Que não podemos viver sob a ditadura da resposta, devemos controlar a necessidade de reagir quando somos pressionados. Não contando até dez pois essa técnica não funciona, mas praticando o silêncio filosófico (libertarmo-nos da necessidade doentia de reagir em situações de stress) e a tolerância. "É melhor ser-se lento a pensar do que rápido a magoar."

"Quem se orgulha de dizer tudo o que pensa, magoa quem deveria ser amado e, portanto, não decifrou a linguagem do autocontrolo."

"As decepções fazem parte do cardápio das melhores relações. Nesse cardápio necessitamos do tempero do silêncio para preparar o molho da tolerância."

"O silêncio e a tolerância são o vinho dos fortes; as reacções impulsivas são a bebedeira dos fracos."

"É preferível conviver com uma pessoa simples, sem cultura académica, mas tolerante do que um ser humano possuidor de uma irrefutável cultura, mas saturada de radicalismo, egocentrismo e estrelato. A sabedoria e a autocrítica não se aprendem nos bancos de escola, mas no traçado da existência."

Exercícios propostos para decifrar o código da autocrítica:
  1. praticar a paragem introspectiva antes de reagir
  2. praticar a oração dos sábios, o silêncio em vez da ditadura da resposta
  3. não viver sob o binómio estimulo-resposta
  4. não ser escravo do que pensam e falam sobre si
  5. conquistar a admiração em vez do temor, provocando o fenomeno RAM com acções/reacções surpreendentes


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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

1 - Código do eu enquanto gestor do intelecto

Icon O Código da Inteligência de Augusto CuryEste é um dos 8 códigos da inteligência que Cury considera mais relevantes.

Cury chama códigos às funções da inteligência porque diz que não basta admirá-los nem entendê-los logicamente, mas que é preciso decifrá-los intimamente, desvendar os seus matizes, conhecer os seus segredos, ter disciplina e treinar para os assimilar.

"Quem os assimila, treina e incorpora no seu psiquismo desenvolve as suas potencialidades psíquicas: a arte de pensar, a saúde psíquica, bem como uma mente arguta, empreendedora, aberta, flexível, que vê segundo vários ângulos e dá respostas inteligentes em situações tensas."


Os códigos da inteligência e as Inteligências Múltiplas

Gardner no Inteligências Múltiplas, defende que o conhecimento está interligado através de sistemas de inteligências, localizadas em regiões diferentes do cérebro, mais ou menos desenvolvidas dependendo do individuo e da cultura. Ele realçou a inteligência linguística, a lógica ou matemática, a espacial, a corpóreo-cinestésica, a musical, a interpessoal, e a intrapessoal.

Cury diz que estas inteligências estão especialmente ao nível da terceira àrea da inteligência, a área consciente (ver as 3 grandes áreas da inteligência aqui). Que aquelas inteligências de Gardner são competências intelecto-emocionais. Mas que os códigos da inteligência são mais abrangentes, envolvendo também as outras duas grandes áreas inconscientes da Psicologia Multifocal. E que decifrar e assimilar estes códigos produz o desenvolvimento não só das inteligências múltiplas de Gardner, mas a inteligência emocional de Goleman, a busca da superação de Adler, as competências propostas por Piaget, Vigotsky e outros pensadores.


A gestão da mente

Cury diz que a nossa psique precisa de um choque de gestão, caso contrário correremos o risco de bloquear as funções psíquicas vitais.


Síndrome do Pensamento Acelerado

Diz que nada bloqueia mais a gestão do intelecto do que o Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA). Que precisamos ter consciência que não é só a qualidade negativa dos pensamentos que temos que pode comprometer a nossa saúde psíquica, mas também a quantidade de pensamentos. A hiperconstrução de pensamentos (mesmo que não sejam pensamentos perturbadores) pode gerar o SPA, que compromete uma série de códigos da inteligência, como o da concentração, o da observação, da dedução, indução, bloqueando as funções vitais do intelecto.

"Pensar com lucidez e coerência é a principal tarefa do homo sapiens, mas pensar demasiado, constitui o seu maior problema e gera um desgaste excessivo do seu córtex cerebral."

As causas do SPA são:
  1. Excesso de informação
  2. Excesso de estímulos visuais e sonoros da televisão
  3. Excesso de estímulos dos computadores, internet, jogos, etc
  4. Excesso de actividades e compromissos
  5. Competição predatória

E os seus sintomas são:
  1. Irritabilidade
  2. Flutuação Emocional
  3. Inquietação
  4. Intolerância a contrariedades
  5. Défice de concentração
  6. Esquecimento
  7. Fadiga excessiva
  8. Sono não reparador
  9. Sintomas psicossomáticos, dores de cabeça, gastrites, etc.

Chama a atenção para o desastre mental a que temos sujeitado as crianças e os adolescentes dos nossos dias:

"O excesso de estímulos e de informação é registado na sua memória através do fenómeno RAM (Registo Automático da Memória), dando origem a milhares de janelas disponíveis que são lidas por um outro fenómeno inconsciente, a que chamo Autofluxo.
Estas janelas não são killers, mas sim janelas normais de memória. O fenómeno do Autofluxo, que deveria manter um 'fluxo calmo' de pensamentos e imagens mentais no teatro psíquico, de modo a gerar uma fonte de prazer e entretenimento no homo sapiens, lê rapidamente estas janelas porque está superexcitado, produzindo um fluxo de construção a uma velocidade nunca antes vista na geração mais nova da nossa espécie."

Afirma que as crianças e adolescentes são agitados, ansiosos, insatisfeitos, não gozam o ócio, que se ficam 10 minutos sem fazer nada entram em stress. Que não gostam de estar nas escolas, não se conseguem concentrar, têm conversas paralelas, e estão sempre agitados nas aulas, não porque sejam alienados, mas porque sofrem deo SPA. Devido à SPA procuram novos estímulos que os saciem, como a ofegante procura de ar.

Mas não são só os jovens que sofrem de SPA. Quem sofre de SPA necessita uma cirurgia ao estilo de vida e não de tratamento clínico.


Digerir os estímulos stressantes

Temos que aprender a descontaminar a nossa psique, a fazer a limpeza da nossa mente, tal como sabemos que temos que fazer a nossa higiene corporal, tomar banho, escovar os dentes, etc.

Há algumas técnicas que por vezes são apontadas, aconselhadas, pela família, e pelos amigos, para proteger a nossa psique, para fazer uma higienização mental, mas que na pratica não funcionam, ou são de pouca eficácia:
  1. Tentar parar de pensar
  2. Tentar esquecer
  3. Tentar distrair-se
  4. Tentar mudar o seu pensamento

Não funcionam porque não é fácil gerir a nossa mente.

Mas há técnicas mais eficientes.
Os estímulos stressantes são provenientes de três grandes fontes todas elas relacionadas com factores genéticos:
  1. a social (envolve perdas, ofensas, rejeições, pressões, abuso sexual, ameaças, etc)
  2. a psíquica (abrange fobias, humor depressivo, angústias, ideias perturbadoras, fantasias doentias, inseguranças, timidez, etc)
  3. a orgânica

Cury diz que se aprendermos a filtrar os estímulos stressantes das duas primeiras fontes podemos podemos melhorar muito a nossa qualidade de vida ainda que a nossa carga genética possa ser propensa a desenvolver ansiedade e humor depressivo.

A fonte psíquica de estímulos stressantes tem origem em duas grandes áreas:
  1. a MUC (Memória de Uso Contínuo ou centro consciente)
  2. a ME (Memória Existencial ou centro inconsciente)
Na MUC estão as experiências arquivadas na memória de forma consciente, na qual as zonas de conflitos ali arquivadas podem levar a ruminar pensamentos pessimistas, ciumes exagerados e traumas não ultrapassados.
Na ME estão milhões de experiências arquivadas na memória de forma inconsciente, na qual as zonas de conflitos ali arquivadas podem levar a angustia, tristeza, irritabilidade, timidez, etc.

Para filtrar os estímulos é necessário desenvolver a capacidade psíquica de os digerir. Desenvolver uma espécie de "estômago psíquico", e o suco gástrico deste complexo estômago é a arte da dúvida e da crítica.

"O ser humano e as sociedades modernas em que está inserido precisam de dois grandes choques, um filosófico e um psicológico, um choque da arte da dúvida e um da arte da critica. Sem estes dois choques não há maneira de dar um choque de gestão na psique."

Para Cury a dúvida é o principio da sabedoria na filosofia. Duvidar no silêncio das nossas mentes de tudo o que nos controla, protestar, questionar, arguir, inquirir e até rebelarmo-nos contra os estímulos interiores e exteriores que nos aprisionam.
A critica é o principio da sabedoria na psicologia. No silêncio das nossas mente, criticar analisar, ponderar, aferir e impugnar todos os estímulos sociais e psíquicos que nos controlam.

Para sobreviver "saudavelmente nesta sociedade agitada e consumista é necessário desenvolver o estômago psíquico saturado de enzimas da arte da dúvida e da critica".

"O choque de gestão psíquica é um processo longo, mas fascinante."

Realça que é preciso saber-se que se não se usar o filtro da arte da dúvida e da critica nos primeiros 5 segundos em que os pensamentos e ideias mórbidas forem construídos, estes serão arquivados e já não poderão ser apagados.


O filtro das janelas light e a mesa-redonda do eu

Não é possivel esquecer ou apagar fontes interiores de traumas e outros problemas, mas é possivel reeditar a memória ou construir janelas paralelas.

As janelas paralelas são construídas com um autodiálogo, com uma mesa redonda do eu.
Uma mesa-redonda com as nossas tolices, burrices, medos e pensamentos débeis. Discutir os fundamentos e a coerência dos nossos medos, debater de forma lúcida as nossas mazelas. Fazer "uma mesa-redonda usando o cardápio da dúvida e da critica de modo a dar um choque de gestão."

Com a técnica da mesa-redonda do eu promove-se a formação de "janelas light, saudáveis, que contêm ousadia, auto-determinação, consciência critica e segurança. Estas, por sua vez abrem-se simultaneamente quando uma janela traumática ou killer se abre, dando orientações para a sua superação."

Deste modo o "eu" assume a gestão psíquica.

A mesa-redonda deve ser feita antes, durante e depois das crises.
Mas deve ser praticada especialmente quando as janelas killers estão fechadas, ou seja, antes e depois das crises. O objectivo essencial é formar janelas light que vão funcionar como um filtro na altura das crises.


O epicentro das crises - reeditar o filme do inconsciente

Mas, não é possível reeditar todo o filme do inconsciente, devemos pelo menos reeditar as zonas de conflito que mais influenciam o adoecimento psíquico, as janelas killers que causam as flutuações de humor, angustias, etc.
Para isso, devemos usar um processo diferente da construção de janelas paralelas, "devemos agir directamente no foco de tensão, no momento em que a janela killer está aberta, no epicentro da crise."

Como? Desta forma:

"no exacto momento em que uma reacção fóbica ou uma imagem mental destrutiva surgir a partir da zona de conflito aberta, o eu deve rapidamente agir, criticar, arguir, examinar, enfim, bombardear com inteligência esta zona de conflito com as mesmas questões que propus na mesa-redonda do eu."

Assim temos o que Cury chama de "Plataforma de janelas saudáveis":
  • Exterior da crise -> mesa-redonda para construir janelas paralelas
  • Durante a crise -> mesa-redonda para reeditar a janela doentia
Esta platafroma deve ser tão ampla que nos proporcione condições psíquicas e sociais para vivermos com dignidade.

Cury compara o inconsciente a uma grande metrópole, "com ruas esburacadas, mal iluminadas, com supermercados saqueados e teatros vazios". A cidade psíquica não é perfeita mas é possível reurbanizar, construindo bairros muito agradáveis.


Exercicios propostos para decifrar o código do "eu" enquanto gestor do intelecto:
  1. Mesa-redonda diária com os nossos medos, ansiedades, preocupações, angustias e estilo de vida doentio. (pelo menos 10 minutos por dia, ou várias vezes ao dia)
  2. Confrontar cada pensamento negativo através da arte da dúvida e da crítica no exacto momento em que este aparece.
  3. Aprender a conservar o nosso espaço psíquico, não permitindo que ninguém o invada sem que nós o permitamos
  4. Perguntar-se constantemente: quem sou, onde estou, o que sou, o que quero, que papel desempenho como ser humano e ser social.
  5. Cuidar da psique como a mais importante empresa, a única que não pode falir.


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sábado, 10 de janeiro de 2009

O Código da Inteligência - Augusto Cury

Este livro apresenta uma inovadora teoria do funcionamento da mente - a Inteligência Multifocal ou Psicologia Multifocal.
O autor sugere um processo de mudança pessoal baseado no capacidade de pensar, com vista a uma personalidade mais autónoma e inteligente.

O Código da Inteligência - Augusto CuryPara expandir o nosso intelecto é necessário decifrar os códigos da inteligência. Estes códigos são chaves que nos permitem "desenvolver o nosso imaginário, a nossa capacidade de superação das intempéries, e as nossas potencialidades intelectuais".


O funcionamento da mente:

A memória é selectiva, abrindo-se e fechando-se conforme a emoção que sentimos em determinado momento ou situação.
Apesar de ser selectiva tem sido usada de uma forma excessiva actualmente, nos tempos modernos, gerando aquilo que Cury chama de Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA).

O Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) é portanto o excesso de actividade ao nivel dos pensamentos, uma pessoa hiper-pensante. O stress intenso pode bloquear ainda mais a memória, que por natureza já é selectiva, bloqueando assim a capacidade de pensar criativa.

O que é a Inteligência?
Para a Psicologia Multifocal a definição de inteligência é abrangente, multidinâmica e multifactorial.

As 3 grandes áreas do conceito global da inteligência são:

  1. Primeira - é inconsciente, a mais profunda das três, e refere-se a fenómenos de organização da memória e à construção de pensamentos e emoções. Nesta área se constrói a plataforma que forma o eu (através do registo destes fenómenos pelo RAM)

  2. Segunda - também é inconsciente, relacionada com as variáveis que influenciam os fenómenos que ocorrem na primeira área como sendo:
    - como estou
    - quem sou
    - onde estou
    - quem sou geneticamente
    - como actuo como gestor da psique

  3. Terceira - é consciente, tem a ver com os resultados das áreas anteriores. Aqui encontram-se os comportamentos perceptíveis, possíveis de serem medidos (usados inclusive para se medirem os diversos tipos de quociente de inteligência), tais como:
    - rapidez de raciocínio
    - grau de memorização
    - capacidade de assimilar informações
    - maturidade face à focos de tensão
    - tolerância
    - solidariedade
    - timidez
    - inovação e desenvolvimento
    etc

Os códigos da inteligência:

Os códigos da inteligência abrangem aquelas três áreas. Decifrá-los é um processo consciente, mas que tem efeito nas outras duas áreas inconscientes.

Para quem quiser ter saúde psíquica e expandir os horizontes da sua inteligência, Cury aconselha as pessoas a decifrarem estes códigos, a conhecerem o funcionamento básico da mente humana, assim como a fazer exercícios e a promover uma educação continuada.

Propõe que a mente humana está cheia de segredos mas que é a mais importantes das empresas, a única que não pode falir.
Que a decifração dos códigos leva à humanização em oposição ao individualismo e auto suficiência. Sugere que existem mais deuses do que seres humanos na Terra porque a sociedade ainda não aprendeu a decifrar estes códigos.


O Registo Automático da Memória (RAM) e as janelas killers:

Quando a mente não consegue ver os obstáculos que se deparam por outros ângulos eles serão registados e arquivados de uma forma sobredimensionada pelo fenómeno RAM, formando-se zonas de conflito a que Cury chama janelas killers.

As janelas killers são porções do córtex cerebral onde estão registadas emoções negativas, traumas, que bloqueiam o acesso a milhares de outras janelas que permitiriam construir ideias e pensamentos inteligentes.

Janelas light são as experiências positivas que estão arquivadas na nossa mente e que a libertam.

As janelas killers bloqueiam os códigos de inteligência enquanto que as janelas light promovem-nos.

O desafio do ser humano portanto é conseguir abrir o máximos de janelas face a determinado momento ou situação, para assim poder responder de uma forma inteligente, lúcida e coerente.


Armadilhas da mente humana:

Destaca quatro armadilhas da mente que travam a capacidade de decifrar os códigos da inteligência.
  1. O conformismo (nem todos os conformistas são coitadistas)
  2. O coitadismo (todos os coitadistas são conformistas) - "Quem não possui uma sólida ambição de superar os seus conflitos não potencia o seu tratamento psíquico, levando, portanto, para o túmulo as suas fobias, inseguranças, obsessões, baixa auto-estima, alcoolismo e dependência de outras drogas"
  3. Medo de reconhecer os próprios erros - "reconhecer as nossas fragilidades... mergulharmos nas águas do descanso e para bebermos das fontes mais excelentes da tranquilidade"
  4. Medo de correr riscos - "O risco implode o nosso orgulho, esfacela o nosso egocentrismo, une-nos, estimula-nos a criar laços e a experimentar a difícil arte de depender uns dos outros". Cury diz que o caos pode ser uma fonte de oportunidades criativas

Treino sistemático e Ferramentas:

"Se por um lado não podemos alterar os fundamentos da nossa personalidade, por outro podemos e devemos decifrar os códigos da inteligência, utilizar ferramentas para actuar no nosso psiquismo e mudar a nossa maneira de ser, reagir, ver e interpretar a vida, bem como expandir as nossas capacidades intelectuais, emocionais e sociais. Verificaremos que o que parece complicadíssimo se encontra ao nosso alcance.

Devemos ter em mente que as mudanças rápidas só se realizam nas mesas de cirugia. Na psicologia, pedagogia, sociologia e filosofia, como temos analisado, os códigos básicos da inteligência são desenvolvidos através da educação e do treino sistemático."


Os 8 códigos da inteligência:
  1. código do eu enquanto gestor do intelecto
  2. código da autocrítica - pensar nas consequências dos comportamentos
  3. código da psicoadaptação - capacidade de sobreviver às intempéries da existência
  4. código do altruísmo - capacidade de se colocar no lugar dos outros
  5. código do debate de ideias
  6. código do carisma
  7. código da intuição criativa
  8. código do eu enquanto gestor da emoção


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